segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Uyuni parte 1

Mais uma noite de busão e chegamos à gelada povoação de Uyuni na manhã de 3. Ficamos dentro do veiculo a fazer tempo para que o Sol se desse ao olho. Ainda meio zombies, os 5 fomos abrindo a boca e zombieando ao som de um Bob que saía não sei de onde . Logo fomos abordados pelo pessoal das agencias que faziam as tours pelo salar. Primeira proposta de 700 bolivianos por 3 dias , tudo incluído . Nao estava mal, o que estava fraco era o estômago . Então , gravamos o poiso da senhora e partimos para umas torradinhas nhami nhami e um leite quente com café. O rafa e o Artur ainda encontraram outra agencia a fazer por 700, reservaram a coisa pra depois do desayuno.
Barriga cheia, voltamos e surpresa das surpresas: os jipes ja estavam cheios. Se queríamos muito , ia para os 900 bolivianos, 90€ por aí.
Faltavam 20 para as 10h e as tours arrancavam pelas 10h30. Ja quase tudo tava lotado pelos gafanhotos mochileiros que aumentavam em número na vielazinha. Encontramos uma lady, fazia por 800. Naquela hora , não encontraríamos melhor. Questão: somos 5, precisávamos de mais um. Mais um Rafa da vida que viaja em aventura a solo. Era uma questão de sorte. Foi sorte. Porque do nada, caudilho do céu em direcção à mulher da mesma agencia , chega Daro, um alemão de origem turca que fala espanhol melhor que os nativos, e fala pelos cotovelos .
Fomos à banca da agencia regatear preços e acertar detalhes. Surge novo drama: temos o jipe, temos um motorista . Só que este motorista só conhece o percurso de 1o dia, vai ter de seguir os outros .
Medooo
Cai mais um anjo de céu , de nome Fred, num toyota land cruise. Com tudo a ser orientado de ultima, partimos quase meio dia , logo em direcção ao deserto de Sal.
Um friozinho e uma minoria. Um chapão seco de colar ao chão, com olhos semi cerrados por tanta luz a espelhar em tanto sal. Um distante perto em sofá mole ,  e as nuvens quase ali.
Fred leva-nos um pouco adiante , a um hotel de sal meio que abandonado. Abre a mala do jipe , e começa a preparar o almoço enquanto os gringos tiram umas fotos numa estatua ainda por finalizar em sal, "DAKAR BOLÍVIA"
Passa pelo salar este ano a primeira vez. Claro que subi numa escada feita com meia dúzia de paus e o dobro de pregos para tirar uma foto lá encima , e guardar umas pedrinhas que tavam de sobra das ranhuras.
Costeleta com arroz, salada , e umas senhoras bananas para o almoço. O Freddy nem mandou mal.
A tarde passou-se no salar mesmo, com uma foto de fim de tarde com todos no tejadilho do jipe encima de malas amassadas. A chuva ameaçada ao fundo e o recolher fez-se logo pelas 18h, num hotel de sal abraçado ja pela montanha. 10 bolivianos por um banho que só se fazia quente até as 20h . Bom, aquilo ou escaldava ou gelava , e a menina que guardava as portas e o dinheiro pressionava durante todo o tempo. De boa, deu para todos.
Saí cá fora antes de jantar já a noite tinha caído , e arrastou os trovões mais lindos que ja vi, a assaparem naquele chão Salgado, a ameaçaram as baterias canons e nikons a carregar, a calar todos , até a sopa no fogão. Hoje era comer e dormir, entre chão de sal, parede de sal, cama de sal.
Umas 5h da manhã , o meu estômago burguês atirou-me para o baño . De lanterna. No corredor Salgado ainda dei boleia luminosa a uma velhinha que ainda me ofereceu um comprimido depois.
O frango tava óptimo, a sopa deliciosa . De manha o Freddy preocupava-se papá style. Andino, sem direito a banho , com dois filhos e uma mulher a quem ofereceu uma arco para o cabelo certa vez, o nosso cozinheiro , motorista, carregador, bancava agora meu doc. De amador nao tinha nada.
 Logo me tombam comprimidos de todos os tipos, cha mate e agua com soro. Amor para todos, isto vai lá. 6h da manhã e siga a marinha








Cochamba 










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