sábado, 18 de janeiro de 2014

Nazca

O regresso de aguas calientes fez-se pela mesma trilha, desta vez debaixo de um sol matinal e vozes desafinadas a soltar uns Tim Maia da vida e um Quim Barreiros da cena. Chegados à hidroeléctrica , nada de jaguares como prometido. Deveríamos sair as 14h e só perto das 15h apareceu uma carrinha ja quase cheia onde nos encaixaram quase de favor. O caminho fez-se longo e sem paragens até Cuzco.
Com fome , cheios de frio e sono , do autocarro ao hostel fez-se uma eternidade. Até que pouco antes de virar a esquina para o mais proximo que agora tínhamos de casa, eu ouço um " Inêêês" vindo do fundo da rua. Bom , estavam todos para trás. Parei o acelerado passo para ver o Pedro , com quem nos tínhamos cruzado de barco na Isla del sol , de braços abertos ja a dizer que se estivesse no piso debaixo do barco dele tinha saltado . Acredito no menino.
A sair da porta do hostel deles, o Meira . Olás e olé, abraços apertados, sorrisos abertos , mas barriga ainda vazia. Combinamos no nosso hostel , tínhamos preparado uma surpresa lá para o aniversario do Jorge que estava marcada para uma hora atras.
Correu tudo bem, banho quente + pizza na pressão , e todos boa juntamos no bar debaixo da faixa "parabens Jorge " e ao gosto de um potente bolo daqueles que nos fartamos de ver nas vitrinas da rua, gigantes e coloridos , que nunca pensamos em comer.
Pronto , ninguém ficou mal e dali a um dia os nossos caminhos voltaram a descruzar-se.
Pedro, Meira e ladys iam a Machu picchu ainda , Jorge , Conde e Miguel iam descer ate a Isla del sol , eu e a Rita subimos a Nazca

Apanhamos o  autocarro para  Lima , e depois de 13 horas que se fizeram 16h com a bexiga apertada alguém nos chama por passarmos em nazca. Fomos as únicas a sair , numa rua em terra, sem ponto de paragem, debaixo de uma valente tosta e sem vestígios de um
Hostel proximo . Desconfiei de um China que pintou ali logo para nos varrer. Sou desconfiada.
Mas desconfiança e cansaço nao combinam , entao a Rita mais optimista que eu , convenceu da coisa.
Tudo de boa , era um hostel limpo, nao muito caro, com um terraço todo cagado.
De tarde, uma volta de boogie pelos arredores, batendo terreno da cultura nazca , cemitérios abandonados e Cahuachi de pirâmides embaixo de areia.
Na parte de trás do boogie ainda haviam umas sandboards, que fomos usar lá nos fins dos mundos, de onde voltamos com areia em cada poro.

No dia seguinte chega a vez das linhas. Nao ha dinheiro pra vuelos, entao fomos ate aos miradouros.
Estendendo-se por quilómetros, o que para uns pinta obra de aliens , parece bem mais com obra nazca . Traços dos solstícios e equinócios , imagens de uns sacerdotes nas colinas e, gigantemente falando, os símbolos do zodíaco para Deuses verem lá de cima.
Reiche , que só podia ser Maria, veio pra cá por volta dos '40 e ficou até a morte , com a sua pão de forma no meio do nada com uma vassoura a limpar os contornos das linhas e assentar tudo em mapa.
Cancro na pele, parkinson e sei lá mais o quê levaram a senhora a morrer aos 90 e picos, ali mesmo, num cubículo que visitamos e que para a dama de nazca era casa.
Obra de Alien , isso sim.

Tour finda, com uma loira penetra a bordo qu com certeza tinha pitado o nosso guia a noite anterior, partimos para o mercadito, sempre em altas com olhares focados nas duas gringas branquelas para adquirir pão .
Passo seguinte Paracas para as islas ballestas e bilhete para Lima ainda no mesmo dia












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