Bikini ainda molhado, a pseudo
secar na janela da frente onde de manhã eu e o Rodras nos poisamos com o sol a
bater de chapa e experimentamos comer bolinhas laranja que mancham e que o ramo
da árvore entrega em mãos, quase dentro de casa. Janela onde ontem à noite o
Rama se encostava enquanto decidia a banda sonora do churras. Janela por onde
se atiraram esquecimentos para o pátio e olás ao sol nos últimos 4 meses.
Sento-me no puff para um skype
relâmpago depois de ter deixado o sal da mole no chuveiro. As fotos na parede
do quarto ficam para último. Lá conto uma mala a mais e um tempo a menos. Houve
frio de inverno e de ar falsificado, macacos ninja, ressacados sem chave, chuva
a pingar do tecto e amanheceres genuínos ao som de aves histéricas.
Um sofá
desnivelado na sala e um armário com meia porta é pouca coisa para dizer que
aqui se viveu. E viveu sem internet uns 15 dias e sem frigorífico um mês.
O 126 é só para duros, que o diga a rampa
parede de acesso por onde entra o táxi que me atropela a aura ao sair de marcha
atrás e assim percorrer toda a rua, obrigando-me a encarar de frente a mata a
afastar-se, quando sempre que a via era em aproximação, num abraço diário de
boas vindas, nunca o contrário.
As nuvens
cinza começam a cerrar. O tempo está igual ao do primeiro dia, o sentimento o
oposto. Antero, taxista vizinho, leva-me ao terminal por 40 pila. Veio cá
passar férias em 85 e não voltou mais. Ainda bem, se não quem me iria levar?
Pelo
caminho, uma UFSC deserta, um spot de caronas vazio, uma chamada do Pedro a
apontar um regresso, uma rotunda inesperadamente familiar e uma carga de não
largar. Desta vez não teve como só ir. Ir durante o sono da ilha, que confundia
já com o meu.
A Michele pintou no terminal e
ficou com as malas enquanto fui atrás de comida.
Hora de
ir atrás da linha. Tendo japonês na fila, encontro. Destino: Londrina
De
volta à terra roxa, mas por pouco tempo.
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